Cerâmica, povoamento e formações sociais entre Tejo e Mondego, nos séculos VI a XIV

Autores

  • Marco Liberato Centro de Estudos em Arqueologia, Arte e Ciências do Património Universidade de Coimbra 3000-395 Coimbra, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.4000/medievalista.8435

Resumo

A investigação desenvolvida teve como objetivo principal identificar os processos históricos que determinaram a ocorrência, anteriormente constatada, de dois universos técnico-culturais totalmente distintos no que à produção cerâmica diz respeito, especialmente distinguíveis no registo arqueológico do século X em diante e que revelam a implantação de formações sociais igualmente diversas. Um deles, vulgarmente nomeado como islâmico, caracteriza-se, sinteticamente, pela difusão progressiva de novas morfologias e técnicas ornamentais com origem primeva nas latitudes meridionais da antiga Hispânia, dinâmica que consideramos mais útil do ponto de vista interpretativo que a utilização de designações que remetem para âmbitos religiosos ou étnicos. Enquanto o segundo, por vezes adjetivado como cristão, apresenta igualmente traços distintivos, de onde se destaca uma manifesta impermeabilidade a influxos exógenos à sua área de ocorrência, em geral localizada a norte do Tejo, pelo que preferimos nomeá-lo como fundo autóctone-setentrional.

 

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Publicado

2024-07-01

Como Citar

Liberato, M. (2024). Cerâmica, povoamento e formações sociais entre Tejo e Mondego, nos séculos VI a XIV. Medievalista, (36), 453–472. https://doi.org/10.4000/medievalista.8435
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