Proposta de aclaração do “pacto sucessório” à luz de novos dados
DOI:
https://doi.org/10.4000/medievalista.1401Palavras-chave:
História ibérica, Formação da nacionalidade, Crítica de autenticidade, Cluny, MauristasResumo
Num trabalho anterior publicado na Revista Medievalista online, o autor considerou que o designado “pacto sucessório” entre os condes D. Raimundo e D. Henrique poderia ser um falso moderno, embora não tivesse podido demostrá-lo categoricamente. No presente trabalho é retomado o estudo do pacto pela abordagem do argumento linguístico, que se revelou inconclusivo. Por essa razão, foi necessário dar continuidade à investigação sobre o modo como o pacto chegou às mãos de Luc D’Achery. A descoberta do manuscrito que o monge beneditino da congregação de São Mauro publicou no Spicilegium revelar-se-ia decisivo para o autor rever a sua posição sobre a veracidade histórica do documento, defendendo agora que os seus dados podem se utilizados como base para uma reconstituição histórica credível. Em conformidade, é apresentada uma proposta de datação crítica entre 1105-1107, baseada em elementos internos do texto, encurtando significativamente o intervalo anteriormente proposto por Rui Pinto de Azevedo nos Documentos Medievais Portugueses. Por outro lado, a localização e estudo de um documento inédito do conde D. Raimundo veio contribuir para o esclarecimento do contexto em que foi celebrado o pacto.