Ensinar e Aprender na Évora Medieval

Autores

  • André Filipe Oliveira da Silva Universidade do Porto, Centro de Investigação Transdisciplinar “Cultura, Espaço e Memória” / Universidade de Évora, Centro Interdisciplinar de História, Culturas e Sociedades 4150-564, Porto, Portugal afosilva@uevora.pt

DOI:

https://doi.org/10.4000/medievalista.1701

Palavras-chave:

Évora; ensino medieval; escolas medievais; minorias religiosas

Resumo

Preservados pelos seus refúgios eclesiásticos, a cultura erudita, a escrita e o ensino expandem-se na Baixa Idade Média, multiplicando-se a oferta de acordo com os destinatários e as suas motivações. A mobilidade social que uma boa educação poderia trazer, as necessidades de uma hierarquia eclesiástica cada vez mais exigente, a especialização dentro das administrações central e local, a especificidade das minorias étnico-religiosas ou o prestígio associado ao saber, sagrado ou profano, são alguns dos fatores responsáveis pelo surgimento de diversos estabelecimentos de ensino. Évora, sede de concelho, cidade episcopal e destino frequente da Corte Régia, revela-se como um excelente caso de estudo desta expansão tardo-medieval, intimamente ligada com a dinâmica de uma cidade em crescimento.

 

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Publicado

2018-07-01

Como Citar

Silva, A. F. O. da. (2018). Ensinar e Aprender na Évora Medieval. Medievalista, 1(24). https://doi.org/10.4000/medievalista.1701

Edição

Secção

Artigos