O testamento de Pedro Domingues, 1335: a fundação da capela em honra de D. Branca, infanta de Portugal, na igreja de Santa Justa em Coimbra

Autores

  • Maria Amélia Álvaro de Campos Universidade de Coimbra / Universidade de Évora Centro de História da Sociedade e da Cultura / Centro Interdisciplinar de História, Culturas e Sociedades 3030-482 Coimbra, Portugal, melicampos@gmail.com

DOI:

https://doi.org/10.4000/medievalista.1192

Palavras-chave:

Sociedade medieval portuguesa, paróquia urbana, testamento medieval, família real portuguesa

Resumo

Em 1335, Pero Domingues, que se identifica como criado e escudeiro da Infanta D. Branca, faz o seu testamento, no qual funda uma capela para celebrar a sua alma, a alma dos seus familiares e a alma da infanta D. Branca de Portugal. Este artigo apresenta um estudo de caso e publica o referido testamento. Mais do que a análise da atitude do Homem medieval perante a morte, pretende-se problematizar a função desta capela na projecção social de uma família da aristocracia urbana. Para tal, problematizaremos especialmente a singularidade da associação do nome da infanta portuguesa à celebração da referida capela.

 

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Publicado

2016-07-01

Como Citar

Campos, M. A. Álvaro de. (2016). O testamento de Pedro Domingues, 1335: a fundação da capela em honra de D. Branca, infanta de Portugal, na igreja de Santa Justa em Coimbra. Medievalista, 1(20). https://doi.org/10.4000/medievalista.1192

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